terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dependência crônica de Religiosidade relacionada à condições psicosociológicas disfuncionais

Interessante (e polêmico) o artigo homônimo a esse post, recentemente publicado pelo pesquisador americano Gregory Paul na Revista "Evolutionary Psychology" (www.epjournal.net 7: 398-441).

"The Chronic Dependence of Popular Religiosity upon Dysfunctional Psychosociological Conditions", traça interessantes correlações entre 25 indicadores de sucesso social (dentre eles, suicídios, homicídios, mortalidade infantil, duração de casamentos, taxa de fertilidade, abortos, índices de corrupção, consumo de álcool, horas de trabalho diárias, desemprego e renda percapta) e religiões. Apesar das imperfeições de um estudo inicial (que precisa ser revisado, replicado etc) o artigo contém muitas frases "inspiradoras":

"Religiões conservadoras aparentemente contribuem com disfunções sociais e entidades de caridade religiosas aparentemente são menos efetivas em melhorar condições sociais que programas de governo mais seculares"

"Democracias seculares estão significativamente e regularmente ultrapassando as mais teísticas" (p. 419)

"O conceito de 'capital espiritual' e a hipótese de que altos níveis de crença na vida após a morte (especialmente no Inferno) se correlaciona com uma performance econômica superior é problemático e não embasado em evidências" (p. 423)

"Indivíduos frequentemente se beneficiam de serem membros de um ou mais grupos interligados, mas as atividades em grupo podem ser tão simples como jantares em família. Tais "clubes" sociais podem ser privados ou governamentais, religiosos ou seculares." (p. 423)

"O 'capital social' (Putmman) é mais eficiente que o 'capital espiritual'" (p.424)

"Em democracias seculares, pessoas pertencem a grupos de apoio crítico, incluindo academias, simplesmente por serem cidadãos, reforçando a saúde geral da sociedade para níveis mais elevados. Assim, por exemplo, americanos teístas tendem a ser mais felizes do que americanos não-religiosos, mas populações de nações seculares ocidentais são tão felizes quanto e mais saudáveis do que os americanos mais religiosos." (p.425)

"Os resultados deste artigo contradizem a tese amplamente difundida na América que uma democracia pode combinar economia libertária com altos níveis de religiosidade popular e caridade para alcançar o sucesso sócio-econômico. (p. 426)


Atualização: Interessante também a resenha da Dra. Susan Blackmore, pesquisadora inglesa, publicada dias depois no Guardian sobre o assunto: "Are we better off without religion?" (Estamos melhor sem religão?). De fato, Susan Blackmore, renomada 'parapsicóloga' nos anos 80 que se 'converteu' em cética depois de, segundo ela, "não ter encontrado nada de concreto em 10 anos de pesquisas" merece um post exclusivo uma hora dessas.

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