segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Feliz Natal/Newtonal/Kwanzaa/Festivus/Solstício/Karachub/Saturnália/Yalda/Yule/Dongzhi

É hora de celebrar!


Para muitos skeptics, essa é uma época complicada de explicar pros familiares que embora a gente compartilhe de provavelmente todos (excluindo talvez apenas "amar a Deus sobre todas as coisas") os ditos "valores Cristãos", não acreditamos na virgem Maria, na concepção imaculada, nos três reis magos e tal.
Mas gostamos desta época do ano, gostamos de estar perto da família, gostamos do Natal.
Muitos de nós nem se importam e ouvir os avós rezando e participar dos "rituais cristãos" associados, mesmo eles sendo, às vezes um tanto folclóricos demais.

Mas para não parecer sínico desejar "Feliz Natal", muitos tem optado por desejar muito mais do que somente Feliz Natal. Ao invés de apenas "boas festas" podemos desejar um excelente
Newtonal/Kwanzaa/Festivus/Solstício/Karachun/Saturnália/Yalda/Yule/Dongzhi/Natal a todos.

A Wikipedia contém informações sobre quase todas estas cada vez mais populares celebrações:
  • Newtonmas/Newtonal: aniversário de Isaac Newton, o gênio que revolucionou a Ciência e que é responsável pelo entendimento de boa parte do mundo moderno, como o conhecemos. Satélites, aviões, foguetes, carros se movimentam de acordo com as leis descritas por Isaac Newton. Muitos o consideram "o Salvador";
  • Kwanzaa, celebração afro-americana que se estende de 26 de Dezembro a 1o de Janeiro e propõe a valorização da comunidade, das crianças e da Vida. Nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Caribe já se pode enviar postais e desejar “Feliz Kwanzaa”, uma palavra que significa "o primeiro, no início" ou, ainda, "os primeiros frutos".
  • Festivus, celebração secular comemorada principalmente hoje, 23 de Dezembro, popularizada pela série de TV Seinfield. Inclui práticas como o "Airing de Grievances", em que cada pessoa informa aos outros as maneiras que elas o decepcionaram durante o ano, e após um jantar de Festivus, o "Feats of Strength" é realizado, o chefe de família põe sua força a prova contra uma pessoa de sua escolha. Muitas pessoas, influenciadas ou inspiradas por "Seinfeld", agora comemoram o Festivus, em diferentes graus de gravidade, seguindo as regras da série ou inventando suas próprias versões.
  • Solstício, evento astronômico que acontece duas vezes por ano quando o eixo da Terra está mais inclinado, fazendo com que a aparente posição do Sol antinja seus extremos. Esse ano, no hemisfério Sul, o Solstício de Verão foi comemorado no dia 21 de Dezembro às 17:47.
  • Karachun, celebração pagã eslava que coincide com o Solstício de inverno
  • Saturnalia, antiga festividade romana dedicada ao templo de Saturno e à mítica Idade de Ouro. Celebrada de 17 a 23 de Dezembro. As Saturnálias tinham início com grandes banquetes, sacrifícios e às vezes orgias; os participantes tinham o hábito de saudar-se com io Saturnalia, acompanhado por doações simbólicas. O "princeps" geralmente vestido com uma máscara engraçada e cores chamativas, dentre elas o vermelho (semelhanças com o Papai Noel não são totalmente ao acaso).
  • Yalda, festival iraniano que coincide com o Solstício de inverno
  • Yule, festival pagão alemão comemorado em 25 de Dezembro
  • Dongzhi, Festival pagão Chinês comemorado em 22 de Dezembro
  • Natal
Então é isso. Um lindo Newtonal/Kwanzaa/Festivus/Solstício/Karachun/Saturnália/Yalda/Yule/Dongzhi/Natal a todos! ;-)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dependência crônica de Religiosidade relacionada à condições psicosociológicas disfuncionais

Interessante (e polêmico) o artigo homônimo a esse post, recentemente publicado pelo pesquisador americano Gregory Paul na Revista "Evolutionary Psychology" (www.epjournal.net 7: 398-441).

"The Chronic Dependence of Popular Religiosity upon Dysfunctional Psychosociological Conditions", traça interessantes correlações entre 25 indicadores de sucesso social (dentre eles, suicídios, homicídios, mortalidade infantil, duração de casamentos, taxa de fertilidade, abortos, índices de corrupção, consumo de álcool, horas de trabalho diárias, desemprego e renda percapta) e religiões. Apesar das imperfeições de um estudo inicial (que precisa ser revisado, replicado etc) o artigo contém muitas frases "inspiradoras":

"Religiões conservadoras aparentemente contribuem com disfunções sociais e entidades de caridade religiosas aparentemente são menos efetivas em melhorar condições sociais que programas de governo mais seculares"

"Democracias seculares estão significativamente e regularmente ultrapassando as mais teísticas" (p. 419)

"O conceito de 'capital espiritual' e a hipótese de que altos níveis de crença na vida após a morte (especialmente no Inferno) se correlaciona com uma performance econômica superior é problemático e não embasado em evidências" (p. 423)

"Indivíduos frequentemente se beneficiam de serem membros de um ou mais grupos interligados, mas as atividades em grupo podem ser tão simples como jantares em família. Tais "clubes" sociais podem ser privados ou governamentais, religiosos ou seculares." (p. 423)

"O 'capital social' (Putmman) é mais eficiente que o 'capital espiritual'" (p.424)

"Em democracias seculares, pessoas pertencem a grupos de apoio crítico, incluindo academias, simplesmente por serem cidadãos, reforçando a saúde geral da sociedade para níveis mais elevados. Assim, por exemplo, americanos teístas tendem a ser mais felizes do que americanos não-religiosos, mas populações de nações seculares ocidentais são tão felizes quanto e mais saudáveis do que os americanos mais religiosos." (p.425)

"Os resultados deste artigo contradizem a tese amplamente difundida na América que uma democracia pode combinar economia libertária com altos níveis de religiosidade popular e caridade para alcançar o sucesso sócio-econômico. (p. 426)


Atualização: Interessante também a resenha da Dra. Susan Blackmore, pesquisadora inglesa, publicada dias depois no Guardian sobre o assunto: "Are we better off without religion?" (Estamos melhor sem religão?). De fato, Susan Blackmore, renomada 'parapsicóloga' nos anos 80 que se 'converteu' em cética depois de, segundo ela, "não ter encontrado nada de concreto em 10 anos de pesquisas" merece um post exclusivo uma hora dessas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Frase interessante

Como todo "pai fresco" (meu filho nasceu há poucas semanas) não me tem sobrado tempo pra quase nada nessa vida. Mas nos últimos dias finalmente consegui -- no caminho de casa para o trabalho -- escutar alguns dos muitos episódios do SGU (The Skeptics Guide to the Universe), meu podcast favorito, que eu havia perdido no meio da correria das últimas semanas. Muita coisa boa nestes episódios e seria injusto escolher o melhor deles até porque ainda estou escutando os de Setembro. ;-) Enfim, Steve, Rebecca, Bob, Jay e Ewan continuam em "great skeptical shape"!

Mas queria chamar a atenção de vocês pro SGU#209 gravado em Julho, particularmente para uma frase (@49:51) do DJ Grothe -- por sinal outro cara genial do CFI que faz as entrevistas de outro podcast que gosto muito, o Point of Inquiry. A frase do DJ Grothe tem tudo a ver conosco:
"What excites me in organized or maybe not so organized skepticism these days is this grassroots moviment, the "Skeptics in the Pub" stuff. You know, It's not a top-down kind of organization saying we must do thus and so ... It's people saying at the grassroots ... 'it's not enough for us to be no at alls, you know, reading our books, talking about all the nonsense other people believe. Let's build a community!' And nothing better than building a community over a few pints (...)"

Hell, quando vai rolar o próximo PoASitP?!

PS: Para os que querem saber que diabos faz o Tom Cruise no teaser do SGU, respondo: o bicho é um dos fanáticos da Cientologia, uma estranha seita que, graças a Deus (sic), ainda não pegou muito no Brasil ... mas que endoidece muita gente nos EUA. E o SGU desce o cacete nos "cientologistas".