quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ateus e usuários de drogas são os mais odiados pelos brasileiros

Interessante (e assustador) o artigo do jornalista paulista Paulo Roberto Lopes destacando a pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo sobre a intolerância no Brasil.

A pesquisa entitulada "Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil, Intolerância e respeito às diferenças sexuais nos espaços público e privado" desenhada para tentar identificar o nível de preconceito do brasileiro em relação aos homosexuais revela incríveis níveis de repulsa a pessoas que não acreditam em Deus. De fato, ateus e usuários de droga estão lado à lado, à frente de todas as demais categorias, que incluiem ex-presidiários, ciganos, garotos de programa, transexuais e prostitutas.

Leia na íntegra o texto de Paulo Lopes em e-paulopes.blogspot.com/2009/05/ateus-e-usuarios-de-drogas-sao-os-mais.html e o artigo publicado pela FAP em: www.fpa.org.br/portal/modules/news/article.php?storyid=4017

Paulo Lopes tem uma coleção de artigos ateístas em:
e-paulopes.blogspot.com/2009/06/ateismo.html

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Valores do Novo Ceticismo (em Português)

Aqui listamos alguns dos valores do que chamamos de "Novo Ceticismo", redigidos por Paul Kurtz e publicados na edição de Abril da "Skeptical Inquirer"
(agora em nossa tradução livre para o Português):

AFIRMAÇÕES DO NOVO CETICISMO

Os métodos de pesquisa, baseados em "indagação crítica" (nossa tradução para "critical inquiry"), utilizados de forma tão eficaz em Ciência precisam ser estendidos à todas as áreas do interesse humano. Todas as alegações de conhecimento devem estar abertas à revisão, à luz do pensamento crítico.

O ceticismo e o questionamento são essenciais ao desenvolvimento do conhecimento humano e representam uma tradição histórica em ciência, filosofia e no aprendizado. Podemos distinguir o questionamento baseado em um inquérito crítico, com ênfase na indagação, do ceticismo clássico, tido como negativo e até niilista. Esta nova forma de pensar é um novo ceticismo, positivo e construtivo, e seus princípios são essenciais para a construção de conhecimento sobre a natureza e o comportamento humano. Com estas considerações em mente, um conjunto de princípios nos serve de orientação:

NÓS ACREDITAMOS que é possível acumular conhecimento de forma confiável, nos poderes construtivos da inteligência humana e que os métodos de pesquisa científica (indagação e inquérito) podem expandir as fronteiras do conhecimento e serem utilizados para melhorar a humanidade.

NÓS PROPOMOS que o ceticismo, parte fundamental da indagação científica, deveria ser estendido à todas as áreas do "empreendimento" humano — ciência, vida cotidiana, legislação, religião, paranormalidade, economia, política, ética e sociedade — e que os mesmos padrões de racionalidade utilizados em Ciência deveriam ser aplicados à todas as áreas do interesse humano.

NÓS ACREDITAMOS que o pensamento crítico é inerente à todas as indagações válidas sobre o mundo e que pode (e deve) ser utilizado para resolver problemas, neutralizar animosidades, amenizar o ódio entre os povos e negociar diferenças.

NÓS ACREDITAMOS na clareza ao invés da obscuridade, na lucidez ao invés da confusão e em definições linguísticas claras para dirimir questões vagas ou ambíguas.

NÓS NÃO REJEITAMOS nenhuma alegação de conhecimento antes de investigá-la. Mas insistimos, entretanto, que alegações sejam formuladas de uma maneira testável e que o ônus da prova seja assumido, primariamente, pela parte que esteja fazendo a alegação.

NÓS PEDIMOS fatos ao invés de supertições; evidências ao invés de relatos ou conjecturas; inferência lógica e dedução, ao invés de simplesmente fé e intuição.

NÓS NÃO ACREDITAMOS em quaisquer dogmas ou credos, sejam eles escritos em pedra ou proclamados como doutrinas oficiais.

NÓS REJEITAMOS quaisquer mitologias de salvação, sejam elas baseadas em medos ancestrais ou em ilusões messiânicas contemporâneas. Nós exifgimos embasamento e condições empíricas para quaisquer crenças. Nós acreditamos na indagação ao invés da autoridade, na razão no lugar da tradição.

NÓS ACREDITAMOS que a razão e que a Ciência podem ser utilizadas para desenvolver novas tecnologias, aliviar o sofrimento, reduzir a dor, melhorar e aumentar a felicidade humana.

NÓS PROPOMOS que a indagação racional pode nos ajudar a desenvolver e testar princípios éticos, valores morais, políticas sociais e que isso pode contribuir para o bem-estar do ser humano.

NÓS NÃO SOMOS negativistas, pessimistas, negacionistas, desmascaradores, cínicos ou niilistas. Mas queremos, sim, nos opor à hipocrisia, ao engano e à ilusão e queremos testes e provas racionais.

Em resumo, nós acreditamos que o pensamento crítico e a indagação são as melhores maneiras de organizar nossos meios e atingir os nossos objetivos.

OBS: Para o texto original em Inglês veja o post "New Skepticism".